Não me procures...
Se não me aceitas...
Não tente entender-me...
Sou atos imprecisos...
Não venha comigo...
Para lugares que não desejas conhecer...
Não corras para mim...
Corras de mim...
Se não conseguires acompanhar...
Meus pensamentos soltos...
Pegadas no ar...
Não me atices...
Se não queres fogo...
Não venha me fazer queimar...
Não entre no jogo...
Que não será capaz de ganhar...
Não tente derreter-me...
Para conter-me em um jarro de tolo...
Não entregue-me...
Atos fúteis...
Sou mestra da futilidade...
Não queira minha fugacidade...
Ela queima a pele...
Como marca de gado...
Confere minha posse...
Possuir não almejo...
Estimula meu antônimo de desejo...
Se mesmo sabendo...
Quão danosa posso ser...
Ainda quiser vir...
Não lhe prometo o céu...
Pois dele nada sei...
E nada dele terei...
Não lhe prometo horas tranquilas...
Pois sou inquietante...
Ser pensante...
Não lhe prometo noites quentes...
Sou ardência constante...
Instigante...
Lhe prometo...
Estar contigo apenas...
Quando for do meu desejo...
Lhe prometo as verdades...
Aquelas mais doloridas...
Lhe prometo não mudar...
Para lhe agradar...
Não lhe prometo a eternidade...
Lhe prometo...
Lhe soltar...
Quando o que lhe dou...
Não lhe bastar...
Patricia Piassa
De: Poesias da Pah
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