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domingo, 23 de março de 2014
Somatizando...
A palavra é o dom do tudo,
na palavra me vejo em todo,
perfeito e imperfeito do que sou feita,
feitura da alma, da mente e do corpo.
E na palavra transbordo o ato,
as vezes na fala, as vezes no corpo,
e sempre desato o fato de ser muito,
ou ser pouco.
A palavra coisa divina,
do crente sem crença,
do amor odioso, o som leve e estrondoso,
do pulsar delicado, que bate acelerado,
do órgão imortalizado que sente a morte,
como derrame sem sorte.
A palavra tão pura e imunda,
que paira nos olhos miséria do mundo,
riqueza do tolo, tolerância do sábio,
instinto do consagro, denuncia da vida,
renuncia do leigo, anuncio de conhecimento.
A palavra que sopra,
o sopro de horas de ventos potentes,
impotente declamas, refugias declínios,
sibilo da manha.
A palavra bem mais precioso,
legado imenso, sentido do tempo,
contada na história.
A palavra é só o que tenho,
soma da inexata medida,
do senso, que sei sem palavra,
não ser nada.
Patricia Piassa
De: Poesias da Pah
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