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domingo, 2 de março de 2014
Desculpe...
Penso rápido...
Corro muito...
Escuta é o som das minhas passadas...
Passadas de alguém que não consegue ficar no mesmo lugar...
Que dorme na inquietude de sonhos barulhentos...
Estou atrás de coisas que perdi...
Coisas que ainda não foram minhas...
Coisas que quero experimentar...
Não posso esperar seus passos lentos...
Aqueles de quem já se acomodou com a vida...
De quem só faz esperar...
Desculpe...
Sou inquieta...
Me mexo quando durmo...
Sempre fazendo barulho...
Assusto quando fecho os olhos...
Pois me sinto perdida e vazia...
Não gosto do vazio e quietude do escuro...
Tenho medo de ficar quieta e desaparecer...
Sou inquietante demais para sua tranquilidade...
Desculpe...
Sou multifaces e multifuncional...
Sou mãe...
Sou mulher...
Sou amiga...
Sou companheira...
Sou fêmea...
Sou apaixonada...
Sou amante...
Não cabemos nesse único que quer ser...
Esta coisa única que consegue transparecer...
Desculpe...
Estou vestida para a festa...
Pronta para toda a embriaguez e languidez...
Pronta para tudo que possa acontecer...
Não posso esperar que se troque...
Tuas roupas...
Teus hábitos...
Menos ainda que se toque...
Que a vida se faz do agora...
Estou pronta...
Também incubei por um tempo...
Minhas dores e amarguras...
Também me senti estática...
Corpo no frio concreto...
De uma vida de absoluto vazio...
Ou seria uma vida de luto...
Agora estou renovada...
Fui refeita na dor e decepção...
Ainda assim me aventuro...
Ainda assim vou me jogar...
Nas coisas simples e boas da vida...
Desculpe...
Vou muito além dos sofrimentos e lamentações...
Quero plenitude de tudo que me fizer bem...
Escuta este é meu riso...
Riso de quem não está preocupada com nada...
Nada que não se movimenta...
Nada que de mim não se achega...
Nada que a felicidade não me traga...
O que escuto daqui é o som do teu medo...
Aquele pouco se mostrar...
E sempre recuar...
Desculpe...
Não espero nada...
De quem não se entrega...
Desculpe não nego nada...
Para quem me quer...
E não faço esperar...
Vivo o desejo e a urgência...
Meu nome não é decadência...
Patricia Piassa
De: Poesias da Pah
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