Sinto tanto tua falta
falta do teu sorriso garboso.
Dos gestos indelicados
da imprecisão de teus
atos e pensares.
Sinto falta do teu hálito quente
acompanhado de palavras enfurecidas.
Sinto falta de nossos constantes
desentenderes.
Para o entendimento juntos
encontrarmos.
Coisas de amores e dissabores.
Dói-me a falta de algo que
fazia-me acelerar a pulsação.
Sinto-me como uma artéria
retesada pelo sangue
que ali não circula.
Sinto falta dos bons momentos.
As amenidades discutidas com
um café adocicando os lábios.
Teus olhares de desejo ao ver-me
as voltas com o preparo dos alimentos.
Teu admirar meu cuidado
com as coisas e a casa.
O teu jeito de preocupar-se
colocando os objetos seguros.
Para que não caíssem ao chão
e perturbassem meu sono.
Teu aceitar dormir no claro
aquele respeitar
o meu temor do escuro.
Tua pulsação acelerada
acendendo minhas volúpias.
Teus gestos de carinho e conforto
tirando-me do estado deprimido.
arrancando-me as angústias
com o abrir de teus sorrisos.
De forma abrupta e insana
entraste em minha vida.
E dela consegui arrancá-lo
com maior agilidade ainda.
Lembra.
Pedi-lhe
que não se deixasse levar
por minhas incoerências.
Inconsistências
de quem não sabe amar.
Disse-lhe que elas nasciam do medo
do medo de amar para apenas perder.
Pena não conseguiu entender
o quanto sou constituída
de sentimentos e loucuras.
Meu mundo é intangível
tua solidez não lhe permitiu ficar.
E nesta hora nada
além de sentir tua falta.
Tudo cinza e vazio
sem teu colorido.
Nada de vôos ou
visitas ao paraíso.
Pois meu anjo
do meu céu
está decaído...
Patricia Piassa
De: Poesias da Pah
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